Uma dica: diferente do que aprendemos (e vale para outras áreas da vida), neste caso a quantidade conta sim, e muito. O que importa é o número de pequenos desencadeadores de felicidade que trazemos para nossa vida. Ou seja: de nada adianta um fim de semana maravilhoso se os dias anteriores e os posteriores são extremamente estressantes – e o único reconforto é esperar ansiosamente pela próxima folga.
Por estranho que pareça, ter uma visão extremamente clara do mundo que nos cerca e de nossas limitações nem sempre é sinônimo de saúde. Há um século Freud chamou atenção para um fato curioso: pessoas deprimidas enxergam o mundo de forma mais realista e, portanto, acertam mais ao avaliar seu desempenho e suas chances. Otimistas, por outro lado, tendem mais a viver fora da realidade – mas sempre com um sorriso nos lábios. Isso nos leva a crer que talvez não seja prejudicial manter acesa certa dose de ilusão, embora a felicidade habitual não se baseie apenas na imaginação – ela tem base bastante concreta. Se uma questão fundamental a ser considerada é como podemos realizar da melhor maneira possível nossos desejos, esperanças e expectativas mais importantes, é preciso, antes de mais nada, saber quais são eles. Nesse caso, os chamados marcadores somáticos, sinais da memória emocional, na qual todas as experiências são armazenadas e classificadas. Essa referência mnêmica influi permanentemente sobre os dados captados do ambiente. A capacidade de uma pessoa saber o que é importante e bom para si mesma depende, em grande parte, da atenção que dispensa a essas mensagens enviadas por seus marcadores somáticos, o que ajuda na tomada de decisões fundamentais e a encontrar motivação para concretizar objetivos.
PARA CONHECER MAISVocê é feliz.
Michael Wiederman, em Mente&Cérebro, nº 174, págs.34-41, julho de 2007.
A liquidez de um enigma. Maria Auxiliadora de A. Cunha Arantes, em Mente&Cérebro, nº 174, págs. 42-49, julho de 2007.
Revista Mente Cérebro
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